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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

OS PAIS DA iGREJA

Os Santos Padres da Igreja
hamamos de «Padres da Igreja» (Patrística) aqueles grandes homens da Igreja, aproximadamente do século II ao século VII, que foram no Oriente e no Ocidente como que «Pais» da Igreja, no sentido de que foram eles que firmaram os conceitos da nossa fé, enfrentaram muitas heresias e, de certa forma foram responsáveis pelo que chamamos hoje de Tradição da Igreja; sem dúvida, são a sua fonte mais rica. Certa vez disse o Cardeal Henri de Lubac:
«Todas as vezes que, no Ocidente tem florescido alguma renovação, tanto na ordem do pensamento como na ordem da vida – ambas estão sempre ligadas uma à outra – tal renovação tem surgido sob o signo dos Padres.»
Gostaria de apresentar aqui ao menos uma relação, ainda que incompleta, desses gigantes da fé e da Igreja, que souberam fixar para sempre o que Jesus nos deixou através dos Apóstolos.
Em seguida, vamos estudar um pouco daquilo que eles disseram e escreveram, a fim de que possamos melhor conhecer a Tradição. [...]

  1. S. Clemente de Roma (†102), Papa de Roma (88 - 97)
  2. Santo Inácio de Antioquia (†110)
  3. Aristides de Atenas (†130)
  4. São Policarpo de Esmira (†156)
  5. Pastor de Hermas (†160)
  6. Aristides de Atenas (†160)
  7. São Hipólito de Roma (160 - 235)
  8. São Justino (†165)
  9. Militão de Sardes (†177)
  10. Atenágoras (†180)
  11. São Teófilo de Antioquia (†181)
  12. Orígenes de Alexandria (184 - 254)
  13. Santo Ireneu (†202)
  14. Tertuliano de Cartago (†220)
  15. São Clemente de Alexandria (†215)
  16. Metódio de Olimpo (sec.III)
  17. São Cipriano de Cartago (210-258)
  18. Novaciano (†257)
  19. São Atanásio de Alexandria(295 -373)
  20. São Efrém - (306 - 373), diácono, Mesopotânia
  21. São Hilário de Poitiers - bispo (310 - 367)
  22. São Cirilo de Jerusalém, bispo (315 - 386)
  23. São Basílio Magno, bispo (330 - 369) - Cesaréia
  24. São Gregório Nazianzeno - (330 - 379), bispo
  25. São Ambrósio - (340 - 397), bispo, Treves - Itália
  26. Eusébio de Cesaréia (340)
  27. São Gregório de Nissa (340)
  28. Prudêncio (384 - 405)
  29. São Jerônimo ( 348 - 420), presbítero Strido, Itália
  30. São João Cassiano (360 - 407)
  31. São João Crisóstomo - (349 - 407), bispo
  32. São Agostinho - (354 - 430), bispo
  33. Santo Efrém (†373)
  34. Santo Epifânio (†403)
  35. São Cirilo de Alexandria - (370 - 442), bispo
  36. São Pedro Crisólogo - (380 - 451), bispo, Itália
  37. São Leão Magno (400 - 461), papa de Roma - Toscana, Itália
  38. São Paulino de Nola (†431) - Sedúlio (sec V)
  39. São Vicente de Lerins (†450)
  40. São Pedro Crisólogo (†450)
  41. São Bento de Núrcia (480 - 547)
  42. São Venâncio Fortunato (530-600)
  43. São Ildefonso de Toledo (617 - 667)
  44. São Máximo Confessor (580-662)
  45. São Gregório Magno (540 - 604), Papa de Roma
  46. São Ildefonso de Sevilha (†636)
  47. São Germano de Constantinopla - (610-733)
  48. São João Damasceno (675 - 749), bispo, Damasco
Neste capítulo vamos apresentar um pouco daquilo que esses grandes Padres da Igreja escreveram; isto nos ajudará a compreender melhor o que é a Sagrada Tradição da Igreja. Veremos de onde vem a fonte de tudo aquilo que cremos e vivemos na Igreja [...]
São Clemente de Roma (†102), Papa (88-97), foi o terceiro sucessor de São Pedro, nos tempos dos imperadores romanos Domiciano e Trajano (92 a 102). No depoimento de Santo Ireneu “ele viu os Apóstolos e com eles conversou, tendo ouvido diretamente a sua pregação e ensinamento”. (Contra as heresias)
Santo Inácio de Antioquia (†110) foi o terceiro bispo da importante comunidade de Antioquia, fundada por São Pedro. Conheceu pessoalmente São Paulo e São João. Sob o imperador Trajano, foi preso e conduzido a Roma onde morreu nos dentes dos leões no Coliseu. A caminho de Roma escreveu Cartas às igreja de Éfeso, Magnésia, Trales, Filadélfia, Esmirna e ao bispo S. Policarpo de Esmirna. Na carta aos esmirnenses, aparece pela primeira vez a expressão “Igreja Católica”.
Aristides de Atenas († 130) foi um dos primeiros apologistas cristãos; escreveu a sua Apologia ao imperador romano Adriano, falando da vida dos cristãos.
São Policarpo (†156)  foi bispo de Esmirna, e uma pessoa muito amada. Conforme escreve Santo Irineu, que foi seu discípulo, Policarpo foi discípulo de São João Evangelista. No ano 155 estava em Roma com o Papa Niceto tratando de vários assuntos da Igreja, inclusive a data da Páscoa. Combateu os hereges gnósticos. Foi condenado à fogueira; o relato do seu martírio, feito por testemunhas oculares, é documento mais antigo deste gênero (publicado neste livro).
Hermas (†160) era irmão do Papa São Pio I, sob cujo pontificado escreveu a sua obra Pastor. suas visões de estilo apocalíptico. 
Didaquè (ou Doutrina dos Doze Apóstolos) é como um antigo catecismo, redigido entre os anos 90 e 100, na Síria, na Palestina ou em Antioquia. Traz no título o nome dos doze Apóstolos. Os Padres da Igreja mencionaram-na muitas vezes. Em 1883 foi encontrado um seu manuscrito grego.
São Justino (†165), mártir nasceu em Naplusa, antiga Siquém, em Israel; achou nos Evangelhos “a única filo proveitosa”, filósofo, fundou uma escola em Roma. Dedicou a sua Apologias ao Imperador romano Antonino Pio, no ano 150, defendendo os cristãos; foi martirizado em Roma.
Santo Hipólito de Roma (160-235) discípulo de santo Irineu (140-202), foi célebre na Igreja de Roma, onde Orígenes o ouviu pregar. Morreu mártir. Escreveu contra os hereges, compôs textos litúrgicos, escreveu a Tradição Apostólica onde retrata os costumes da Igreja no século III: ordenações, catecumenato, batismo e confirmação, jejuns, ágapes, eucaristia, ofícios e horas de oração, sepultamento, etc.
Melitão de Sardes (†177) foi bispo de Sardes, na Lídia, um dos grandes luminares da Ásia Menor. Escreveu a Apologia, dirigida ao imperador Marco Aurélio.
Atenágoras (†180) era filósofo em Atenas, Grécia, autor da Súplica pelos Cristãos, apologia oferecida em tom respeitoso ao imperador Marco Aurélio e seu filho Cômodo; escreveu também o tratado sobre A Ressurreição dos mortos, foi grande apologista.
São Teófilo de Antioquia (†após 181) nasceu na Mesopotâmia, converteu-se ao cristianismo já adulto, tornou-se bispo de Antioquia. Apologista, compôs três livros, a Autólico.
Santo Ireneu (†202) nasceu na Ásia Menor, foi discípulo de são Policarpo (discípulo de são João), foi bispo de Lião, na Gália (hoje França). Combateu eficazmente o gnosticismo em sua obra Adversus Haereses (Refutação da Falsa Gnose) e a Demonstração da Preparação Apostólica. Segundo são Gregório de Tours (†594), são Irineu morreu mártir. É considerado o “príncipe dos teólogos cristãos”. Salienta nos seus escritos a importância da Tradição oral da Igreja, o primado da Igreja de Roma (fundada por Pedro e Paulo).
Santo Hilário de Poitiers (316-367), doutor da Igreja, foi bispo de Poitiers, combateu o arianismo, foi exilado pelo imperador Constâncio, escreveu a obra Sobre a Santíssima Trindade.
São Clemente de Alexandria (†215) Seu nome é Tito Flávio Clemente, nasceu em Atenas por volta de 150. Viajou pela Itália, Síria, Palestina e fixou-se em Alexandria. Durante a perseguição de Setímio Severo (203), deixou o Egito, indo para a Ásia Menor, onde morreu em 215. Seu grande trabalho foi tentar a aliança do pensamento grego com a fé cristã. Dizia: “Como a lei formou os hebreus, a filo formou os gregos para Cristo”. 
Orígenes (184-254) Nasceu em Alexandria, Egito; seu pai Leônidas morreu martirizado em 202. Também desejava o martírio; escreveu ao pai na prisão: “não vás mudar de idéia por causa de nós”. Em 203 foi colocado à frente da escola catequética de Alexandria pelo bispo Demétrio. Em 212 esteve em Roma, Grécia e Palestina. A mãe do imperador Alexandre Severo, Júlia Mammae, chamou-o a Antioquia para ouvir suas lições. Morreu em Cesaréia durante a perseguição do imperador Décio. 
Tertuliano de Cartago (†220), norte da África, culto, era advogado em Roma quando em 195 se converteu ao Cristianismo, passando a servir a Igreja de Cartago como catequista. Combateu as heresias do gnosticismo, mas se desentendeu com a Igreja Católica. É autor das frases: “Vede como se amam” e “ O sangue dos mártires era semente de novos cristãos”.
São Cipriano (†258) Cecílio Cipriano nasceu em Cartago, foi bispo e primaz da África Latina. Era casado. Foi perseguido no tempo do imperador Décio, em 250, morreu mártir em 258. Escreveu a bela obra Sobre a unidade da Igreja Católica. Na obra De Lapsis, sobre os que apostataram na perseguição, narra ao vivo o drama sofrido pelos cristãos, a força de uns, o fracasso de outros. Escreveu ainda a obra Sobre a Oração do Senhor, sobre o Pai Nosso.
Eusébio de Cesaréia (260-339) bispo, foi o primeiro historiador da Igreja. Nasceu na Palestina, em Cesaréia, discípulo aí de Orígenes. Escreveu a sua Crônica e a História Eclesiástica, além de A Preparação e a Demonstração Evangélicas. Foi perseguido por Dioclesiano, imperador romano.
Santo Atanásio (295-373), doutor da Igreja, nasceu em Alexandria, jovem ainda foi viver o monaquismo nos desertos do Egito,onde conheceu o grande Santo Antão(†376), o “pai dos monges”. Tornou-se diácono da Igreja de Alexandria, e junto com o seu Bispo Alexandre, se destacou no Concílio de Nicéia (325) no combate ao arianismo. Tornou-se bispo de Alexandria em 357 e continuou a sua luta árdua contra o arianismo (Ário negava a divindade de Jesus), o que lhe valeu sete anos de exílio. São Gregório Nazianzeno disse dele: “O que foi a cabeleira para Sansão, foi Atanásio para a Igreja.”
Santo Hilário de Poitiers (316-367), doutor da Igreja, nasceu em Poitiers, na Gália (França); em 350 clero e povo o elegiam bispo, apesar de ser casado. Organizou a luta dos bispos gauleses contra o arianismo. Foi exilado pelo imperador Constâncio, na Ásia Menor, voltando para a Gália em 360, fazendo valer as decisões do Concílio de Nicéia. É chamado o “Atanásio do Ocidente”.Escreveu as obras Sobre a Fé, Sobre a Santíssima Trindade.
Santo Efrém, o Sírio (†373) doutor da Igreja é considerado o maior poeta sírio, chamado de “a cítara do Espírito Santo”. Nasceu em Nísibe, de pais cristãos, por volta de 306, deve ter participado do Concílio de Nicéia (325), segundo a tradição, com o seu bispo Tiago. Foi ordenado diácono em 338 e assim ficou até o fim da vida. Escreveu tratados contra os gnósticos, os arianos e contra o imperador Juliano, o apóstata. Escreveu belos hinos e louvores a Maria.
São Cirilo de Jerusalém (†386), doutor da Igreja, Bispo de Jerusalém, guardião da fé professada pela Igreja no Concílio de Nicéia (325). Autor das Catequeses Mistagógicas, esteve no segundo Concílio Ecumênico, em Constantinopla, em 381.
São Dâmaso (304-384), Papa da Igreja, instruído, de origem espanhola, sucedeu o Papa Libério que o ordenou diácono; obteve do Imperador Graciano o reconhecimento jurisdicional do bispo de Roma. Mandou que S. Jerônimo fizesse uma revisão da versão latina da Bíblia, a Vulgata. Descobriu e ornamentou os túmulos dos mártires nas catacumbas, para a visita dos peregrinos.
São Basílio Magno (329-379), Bispo e doutor da Igreja, nasceu na Capadócia; seus irmãos Gregório de Nissa e Pedro, são santos. Foi íntimo amigo de S. Gregório Nazianzeno; fez-se monge. Em 370 tornou-se bispo de Cesaréia na Palestina, e metropolita da província da Capadócia. Combateu o arianismo e o apolinarismo (Apolinário negava que Jesus tinha uma alma humana). Destacou-se no estudo a Santíssima Trindade (Três Pessoas e uma Essência).
São Gregório Nazianzeno (329-390), doutor da Igreja – nasceu em Nazianzo, na Capadócia, era filho do bispo local, que o ordenou padre; foi um dos maiores oradores cristãos. Foi grande amigo de São Basílio, que o sagrou bispo. Lutou contra o arianismo. Sua doutrina sobre a Santíssima Trindade o fez ser chamado de “teólogo”, que o Concílio de Calcedônia confirmou em 481.
São Gregório de Nissa (†394) foi bispo de Nissa, e depois de Sebaste, irmão de São Basílio e amigo de São Gregório Nazianzeno. Os três santos brilharam na Capadócia. Foi poeta e místico; teve grande influência no primeiro Concílio de Constantinopla (381) que definiu o dogma da SS. Trindade. Combateu o apolinarismo, macedonismo (Macedônio negava a divindade do Espírito Santo) e arianismo.
São João Crisóstomo (354-407) ( = boca de ouro), doutor da Igreja, é o mais conhecido dos Padres da Igreja grega. Nasceu em Antioquia. Tornou-se patriarca de Constantinopla, foi grande pregador. Foi exilado na Armênia por causa da defesa da fé sã. Foi proclamado pelo papa S. Pio X, padroeiro dos pregadores.
São Cirilo de Alexandria (†444) Bispo e doutor da Igreja, sobrinho do patriarca de Alexandria, Teófilo, o substituiu na Sé episcopal em 412. Combateu vivamente o Nestorianismo (Nestório negava que em Jesus havia uma só Pessoa e duas naturezas), com o apoio do papa Celestino. Participou do Concílio de Éfeso (431), que condenou as teses de Nestório. É considerado um dos maiores Padres da língua grega, e chamado o “Doutor mariano”.
São João Cassiano (360-465) recebeu formação religiosa em Belém e viveu no Egito. Foi ordenado diácono por S. João Crisóstomo, em Constantinopla, e padre pelo papa Inocêncio, em Roma. Em 415 fundou dois mosteiros em Marselha, um para cada sexo. São Bento recomendou seus escritos.
São Paulino de Nola (†431) nasceu na Gália (França), exerceu importantes cargos civis até ser batizado. Vendeu seus bens, distribuindo o dinheiro aos pobres, e com sua esposa Terásia passou a viver vida eremítica. Foi ordenado padre em 394, em 409 bispo de Nola.
São Pedro Crisólogo (†450) (= palavra de ouro) bispo e doutor da Igreja – foi bispo de Ravena, Itália. Quando Êutiques, patriarca de Constantinopla pediu o seu apoio para a sua heresia (monofisismo - uma só natureza em Cristo), respondeu: “Não podemos discutir coisas da fé, sem o consentimento do Bispo de Roma”. Temos 170 de suas cartas e escritos sobre o Símbolo e o Pai – Nosso.
Santo Ambrósio (†397), doutor da Igreja, nasceu em Tréveris, de nobre família romana. Com 31 anos governava em Milão as províncias de Emília e Ligúria. Ainda catecúmeno, foi eleito bispo de Milão, pelo povo, tendo, então recebido o batismo, a ordem e o episcopado. Foi conselheiro de vários imperadores e batizou santo Agostinho, cujas pregações ouvia. Deixou obras admiráveis sobre a fé católica.
São Jerônimo (347-420), “Doutor Bíblico” – nasceu na Dalmácia e educou-se em Roma; é o mais erudito dos Padres da Igreja latina; sabia o grego, latim e hebraico. Viveu alguns anos na Palestina como eremita. Em 379 foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino de Antioquia; foi ouvinte de São Gregório Nazianzeno e amigo de São Gregório de Nissa. De 382 a 385 foi secretário do Papa S. Dâmaso, por cuja ordem fez a revisão da versão latina da Bíblia (Vulgata), em Belém, por 34 anos. Pregava o ideal de santidade entre as mulheres da nobreza romana (Marcela, Paula e Eustochium) e combatia os maus costumes do clero. Na figura de São Jerônimo destacam-se a austeridade, o temperamento forte, o amor a Igreja [...].
Santo Epifânio (†403), Nasceu na Palestina, muito culto, foi superior de uma comunidade monástica em Eleuterópolis (Judéia) e depois, bispo de Salamina, na ilha de Chipre. Batalhou muito contra as heresias, especialmente o origenismo.
Santo Agostinho (354-430), Bispo e Doutor da Igreja - Nasceu em Tagaste, Tunísia, filho de Patrício e S. Mônica. Grande teólogo, filósofo, moralista e apologista. Aprendeu a retórica em Cartago, onde ensinou gramática até os 29 anos de idade, partindo para Roma e Milão onde foi professor de Retórica na corte do Imperador. Alí se converteu ao cristianismo pelas orações e lágrimas, de sua mãe Mônica e pelas pregações de S. Ambrósio, bispo de Milão. Foi batizado por esse bispo em 387. Voltou para a África em veste de penitência onde foi ordenado sacerdote e depois bispo de Hipona aos 42 anos de idade. Foi um dos homens mais importantes para a Igreja. Combateu com grande capacidade as heresias do seu tempo, principalmente o Maniqueísmo, o Donatismo e o Pelagianismo, que desprezava a graça de Deus. Santo Agostinho escreveu muitas obras e exerceu decisiva influência sobre o desenvolvimento cultural do mundo ocidental. É chamado de “Doutor da Graça”. São Leão Magno (400-461) - Papa e Doutor da Igreja - nasceu em Toscana, foi educado em Roma. Foi conselheiro sucessivamente dos papas Celestino I (422-432) e Xisto III (432-440) e foi muito respeitado como teólogo e diplomata. Participou de grandes problemas da Igreja do seu tempo e pôde travar contato pessoal e por cartas com Santo Agostinho, São Cirilo de Alexandria e São João Cassiano, que o descrevia como “ornamento da Igreja e do divino ministério”. Deixou 96 Sermões e 173 Cartas que chegaram até nós. Participou ativamente na elaboração dogmática sobre o grave problema tratado no Concílio de Calcedônia, a condenação da heresia chamada monofisismo. Leão foi o primeiro Papa que recebeu o título de Magno (grande). Em sua atuação no plano político, a História registrou e imortalizou duas intervenções de São Leão, respectivamente junto a Átila, rei dos Hunos, em 452, e junto a Genserico, em 455, bárbaros que queriam destruir Roma.
São Vicente de Lérins (†450) Depois de muitos anos de vida mundana se refugiou no mosteiro de Lérins. Escreveu o seu Commonitorium, “ para descobrir as fraudes e evitar as armadilhas dos hereges”.
São Bento de Núrcia (480-547) nasceu em Núrcia, na Úmbria, Itália; estudou Direito em Roma, quando se consagrou a Deus. Tornou-se superior de várias comunidades monásticas; tendo fundado no monte Cassino a célebre Abadia local. A sua Regra dos Mosteiros tornou-se a principal regra de vida dos mosteiros do ocidente, elogiada pelo papa S. Gregório Magno, usada até hoje. O lema dos seus mosteiros era “ora et labora”. O Papa Pio XII o chamou de Pai da Europa e Paulo VI proclamou-o Patrono da Europa, em 24/10/1964.
São Venâncio Fortunato (530-600) nasceu em Vêneto na Itália, foi para Poitiers (França). Autor de célebres hinos dedicados à Paixão de Cristo e à Virgem Maria, até hoje usados na Igreja.
São Gregório Magno (540-604), Papa e doutor da Igreja - Nasceu em Roma, de família nobre. Ainda muito jovem foi primeiro ministro do governo de Roma. Grande admirador de S. Bento, resolveu transformar suas muitas posses em mosteiros. O papa Pelágio o enviou como núncio apostólico em Constantinopla até o ano 585. Foi feito papa em 590. Foi um dos maiores papas que a Igreja já teve. Bossuet considerava-o “modelo perfeito de como se governa a Igreja”. Promoveu na liturgia o canto “gregoriano”. Profunda influência exerceram os seus escritos: Vida de São Bento e Regra Pastoral, usado ainda hoje.
São Máximo, o confessor (580 - 662) nasceu em Constantinopla, foi secretário do imperador Heráclio, depois foi para o mosteiro de Crisópolis. Lutou contra o monofisismo e monotelismo, sendo preso, exilado e martirizado por isso. Obteve a condenação do monotelismo no Concílio de Latrão, em 649.
Santo Ildefonso de Sevilha (†636) doutor da Igreja. Considerado o último Padre do ocidente. Bispo de Sevilha, Espanha desde 601. Em 636 dirigiu o IV Sínodo de Toledo. Exerceu notável influência na Idade Média com os seus escritos exegéticos, dogmáticos, ascéticos e litúrgicos.
São Germano de Constantinopla - (610-733) Bispo - Patriarca de Constantinopla (715-30), nasceu em Constantinopla ao final do reinado do imperador Heracleo (610-41); morreu em 733 ou 740. Filho de Justiniano, um patriciano, Germano dedicou seus serviços à Igreja e começou como clérigo na catedral de Metrópolis. Logo depois da morte de seu pai que havia ocupado vários altos cargos de oficial, pelas mãos do sobrinho de Herácleo, Germano se consagrou bispo de Chipre, o ano exato, porém, de sua elevação é desconhecido.
São João Damasceno (675-749) Bispo e Doutor da Igreja - É considerado o último dos representantes dos Padres gregos. É grande a sua obra literária: poesia, liturgia, filo e apologética. Filho de um alto funcionário do califa de Damasco, foi companheiro do príncipe Yazid que, mais tarde o promoveu ao mesmo encargo do pai, ministro das finanças. A um determinado tempo deixou a corte do califa e retirou-se para o mosteiro de São Sabas, perto de Jerusalém. Tornou-se o pregador titular da basílica do Santo Sepulcro. Enfrentou com muita coragem a heresia dos iconoclastas que condenavam o culto das imagens. Ficaram famosos os seus Três Discursos a Favor das Imagens Sagradas.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A Oração que veio do céu!

                              História de Nossa Senhora do Rosário
             

                              Nossa Senhora do Rosário


Nossa Senhora do Rosário possui um devoção muito antiga. Teve origemcom os 
Monges irlandeses no século VIII, que recitavam os 150 Salmos. Como os leigos não sabiam ler, os monges ensinaram a rezar 150 Pai Nossos, que mais tarde foram substituídos por 150 Ave Marias. Assim, a devoção, começou a se espalhar pelo mundo.
Em muitas aparições de Maria Santíssima, Ela pede, ensina e reza junto, a oração do 
Rosário, como em Lourdes, em Fátima e tantas outras.

Rosário de Nossa Senhora

A palavra Rosário quer dizer um tanto de rosas, um buquê de rosas que se oferece a Nossa Senhora. Cada Ave Maria é uma rosa que oferecemos à Mãe, com carinho e esperança.
Assim, quando rezamos o Santo Rosáriocompleto, oferecemos um buquê de duzentas rosas 
a Nossa Senhora.

A devoção de Nossa Senhora do Rosário

São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Dominicanos, foi o grande propagador 
do Rosário no início do século Xlll. A Igreja lhe conferiu o título de Apóstolo do Santo Rosário. Naquela época havia muitos hereges que desviavam os fieis da Igreja Católica. ]
São Domingos, com a prática da oração do Rosário, a pedido de Nossa Senhora, começou ]
a combater as heresias dos albingenses, que crescia vertiginosamente na França.
O Papa mandou vários missionários para combater os hereges, mas nada conseguiram. Somente São Domingos, com a criação de sua ordem e com a insistente oração do Rosário,
é que conseguiu acabar com esses hereges. São Domingos dizia que em todas as orações
do Rosário pedia a intercessão de Maria Santíssima para converter os hereges e com o
 passar dos anos conseguiu.

Papa João Paulo II, o Papa de Nossa Senhora do Rosário


João Paulo II dedicou todo o seu Pontificado a Maria Santíssima. Ele declarou logo no
 primeiro dia de seu pontificado: Totus tuus Mariae (Tudo é de Maria). A devoção a Nossa Senhora do Rosário foi amplamente difundida e divulgada. Ele acrescentou mais um conjunto
de Mistérios ao Rosário - os Mistérios Luminosos - em uma Encíclica que escreveu sobre o
Santo Rosário.

A Oração que veio do Céu

O que dá verdade e embasamento ao Santo Rosário, é que nos foi ensinado pelo próprio
Jesus, por Maria Santíssima e pelo anjo do Senhor. O Pai Nosso foi ensinado por Jesus
quando disse aos apóstolos: quando forem rezar, dizei: Pai nosso que estais no Céu,
santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a sua vontade, assim
na terra como do Céu. O pão nosso de cada dia nos daí hoje,  perdoai as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, não nos deixeis cair em tentação,
e livrai-nos de todo o mal. Amém.
A oração da Ave Maria, foi nos ensinada pelo Anjo Gabriel, que apareceu a Maria dizendo: 
Ave Maria Cheia de graça, o Senhor é convosco. Santa Isabel, cheia do Espírito Santo,
como nos diz Lucas, disse a Maria: bendita sóis vós entre as mulheres, e bendito é o fruto
do teu ventre, Jesus.  E a Igreja completou escrevendo: Santa Maria Mãe de Deus,
rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte amém.

Contemplação dos Mistérios do Rosário


Atualmente o Santo Rosário é dividido em quatro conjuntos de mistérios, onde contemplamos
os momentos da vida de Jesus e de Maria. Os quatro conjuntos de Mistérios são:

Mistérios Gozosos nos quais se contemplam a anunciação do Anjo a Maria; a visita de
Maria a sua prima Isabel; o nascimento de Jesus em Belém; a apresentação de Jesus no
templo; e Jesus perdido e achado no templo entre os doutores da lei.

Mistérios Dolorosos nos quais se contemplam a agonia de Jesus no Horto das Oliveiras;
a flagelação de Jesus; a Coroação de Espinhos; Jesus carrega a Cruz até o Calvário; a Crucificação e morte de Jesus.

Mistérios Gloriosos nos quais se contemplam a Ressurreição de Jesus; a sua Ascensão ao Céu; a vinda do Espírito Santo Sobre os Apóstolos e Maria; a Assunção de Maria ao Céu; a coroação de Maria.

Mistérios Luminosos foram escritos pelo próprio Papa João Paulo II, em sua carta apostólica, Rosarium Virginis Mariae, no ano de 2002. Nestes mistérios contemplam-se toda a Vida
pública de Jesus: o Batismo no Rio Jordão; o Milagre nas bodas de Caná; a proclamação do Reino do Céu e o convite a Conversão; a Transfiguração de Jesus no Tabor; a Instituição da Eucaristia.

Milagres de Nossa Senhora do Rosário


A devoção a Nossa Senhora do Rosário atravessa os séculos, trazendo a Igreja para o lado
de Maria Santíssima, que a leva para a Salvação de Jesus. O Rosário de Maria une a terra
aos Céus. Maria Santíssima, em suas aparições, sempre insiste para que as pessoas rezem
o Rosário, que é um dos caminhos para se chegar a Jesus e a Salvação eterna.
O Santo Rosário é também uma poderosa arma de intercessão, um meio certo de se obter graças através da Virgem Maria.


Oração para todos os dias


Ó Mãe e Clementíssima Virgem do Rosário, Vós que plantastes na Igreja, por meio de Vosso privilegiado filho Domingos, o místico remédio do Santo Rosário, fazei que
abracemos todos a Tua santa devoção e obtenhamos Teu verdadeiro espírito, de sorte
que aquelas místicas rosas sejam em nossos lábios e corações, pelos pecadores medicina,
e pelos justos aumento de graça. Amém.
(Pedir neste momento com confiança a graça que se deseja obter com esta novena)
Deus vos salve.
Quanto minha alma se alegra, amantíssima Virgem, com os doces recordos que em mim desperta esta saudação!
Se enche de alegria meu coração ao dizer o Ave Maria para acompanhar a alegria que teve Vosso Espírito ao escutá-lo da boca do anjo.
Alegro-me da eleição que de Vós fez o Onipotente, para dar-nos o Senhor. Amém.

(Rezar 4 Ave-Marias e 4 Glórias em reverência às quatro ordens de mistérios do Santo
Rosário)

Ó Santíssima virgem, mãe de Deus, doce refúgio e esperança piedosa de todos os aflitos!
Por aquela confiança e autoridade de mãe com que podeis apresentar nossos rogos ao que
 é árbitro soberano de nosso bem, empenhai uma e outra em favor nosso.
Consegui-nos o reformar com o Santo Rosário nossas vidas, estudando em tão doce livro a fiel imitação de Vosso Filho Jesus, até que possamos adorá-Lo e amá-Lo por todos os
séculos dos séculos. Amém!

  • Novena do Rosário de 54 dias
  • nsa do rosario de pompei - Capoletto
    A “Novena do Rosário de 54 dias” é uma série ininterrupta de Rosários cotidianos em
    honra de Nossa Senhora, revelada a uma jovem afeita de uma doença incurável,
    Fortuna Agrelli, por Nossa Senhora de Pompeia, em Nápoles, Itália, no ano de 1884.
    Há 13 meses Fortuna Agrelli sofria de terríveis dores, e nem mesmo os médicos mais célebres conseguiam curá-la.
    Em 16 de Fevereiro de 1884, a menina e seus pais começaram uma Novena do Rosário. A Rainha do Santo Rosário a premiou com uma aparição a 3 de Março.
    Maria sentava-se sobre um alto trono, adornado por numerosas flores e contornado
    por luminosas figuras; trazia o Seu Divino Filho sobre o colo e na mão um Rosário.
    Nossa Senhora e o Menino Jesus estavam cobertos por ornamentos dourados e
    estavam acompanhados por São Domingos e Santa Catarina de Sena.
    A beleza de Nossa Senhora era maravilhosa. A Santa Virgem disse a Fortuna:
    “Filha, você me invocou com vários títulos e sempre obteve favores de mim. Agora,posto que me invocaste com o título que muito me agrada, ‘Rainha do Santo Rosário’, não posso mais recusar o favor que você me pede; porque este nome é o mais precioso e querido a mim. Faça três novenas e você obterá tudo”.
    Mais uma vez Nossa Senhora lhe apareceu e disse:
    “Qualquer um que deseja obter favores de mim deveria fazer três novenas rezando o Rosário e três novenas em agradecimento”.
    A novena consiste em rezar as cinco dezenas do Rosário todos os dias, durante 27 dias,
    em súplica; e imediatamente em seguida, cinco dezenas do Rosário todos os dias durante
    27 dias, em agradecimentotendo sido ou não concedida a graça


    No primeiro dia da Novena, se meditam os Mistérios Gozosos; 
    no segundo, os Mistérios Dolorosos; o terceiro dia os Mistérios Gloriosos; no quarto dia os Mistérios Gozosos E assim por diante, até completar 54 dias. Pode-se começar em uma segunda-feira, ou a qualquer tempo, contanto que se 
    siga a sequência ensinada por Nossa Senhora.
    Observem que, mais uma vez, Nossa Senhora nos fala apenas de três Mistérios.

    Se Ela desejasse que fossem quatro, os teria pedido pessoalmente.
     A Novena de 54 dias é provavelmente uma novena trabalhosa, mas também é uma novena
    de amor. 

    Aqueles que são sinceros não vão encontrar muita dificuldade, se desejam verdadeiramente obter o seu pedido.

    Esta novena será particularmente eficaz quando for rezada em grupos formados para isso.


    Oremos !!!!


    Anderson Cordeiro !






    sábado, 27 de setembro de 2014

    O CRISTO VOADOR

    O crucifixo no centro do altar





    "nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os pagãos" (1Cor 1, 23)







    O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica no nº 218, faz a seguinte pergunta: "O que é a liturgia?" 

    E responde:

    A liturgia é a celebração do Mistério de Cristo e em particular do Mistério pascal. Nela, através do exercício do ofício sacerdotal de Jesus Cristo, com sinais se manifesta e se realiza a santificação do homem e é exercido pelo Corpo Místico de Cristo, que a cabeça e os membros, o culto público devido a Deus.
    E a Instrução geral sobre o Missal Romano define o que é o Culto público devido a Deus, a Santa Missa;

    “Testemunho da Fé Inalterada; 2. A Natureza Sacrifical da Missa, que o concílio de Trento solenemente afirmou, em concordância com a universal tradição da Igreja, foi de novo proclamada pelo Concilio Vaticano II, que proferiu sobre a Missa esta significativas palavras: ‘O nosso Salvador na última ceia instituiu o Sacrifício Eucarístico de seu Corpo e Sangue para perpetuar o Sacrifício da Cruz através dos séculos até a sua volta, e para confiar a Igreja, sua Esposa muito amada, o memorial de sua morte e ressurreição’2.”


    Bem como o Dogma da Santa Missa;

    - A Santa Missa é um Sacrifício verdadeiro e distinto.

    - No Sacrifício da Missa, o Sacrifício de Cristo na Cruz é feito presente, a sua memória celebrada, e o seu poder salvífico empregado.

    - O Sacrifício da Missa não é meramente um sacrifício de louvor e ação de graças, mas também um sacrifício da expiação e impetração.

    A partir desta definição, entendemos que o centro da ação litúrgica da Igreja é Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote, e seu mistério pascal da Paixão, Morte e Ressurreição. A celebração litúrgica deve ser a transparência dessa verdade teológica. Por muitos séculos, o símbolo escolhido pela Igreja para a orientação do coração e do corpo durante a liturgia é uma representação de Jesus crucificado.

    A centralidade do crucifixo na celebração do culto divino é mais proeminente no passado, quando existia a tradição de que o padre e os fiéis durante a celebração eucarística estavam voltados para o crucifixo no centro, acima do altar, que era geralmente contra a parede. Para o costume de celebrar o atual "versus populum", muitas vezes, a cruz está localizada ao lado do altar, perdendo a sua localização central.


    O então teólogo e cardeal Joseph Ratzinger, tinha reiterado que, mesmo durante a celebração "versus populum", o crucifixo devia ser mantido na sua posição central, mas é impossível pensar que a imagem do Senhor crucificado - que exprime o seu sacrifício e então o significado mais importante da Eucaristia - pudessem ser de alguma maneira perturbadora. Depois de se tornar Papa, Bento XVI, em seu prefácio ao primeiro volume de sua "Gesammelte Schriften", disse que estava feliz pelo fato que se estava fazendo sempre mais vezes a sua proposta em seu famoso ensaio 

    "Introdução ao Espírito da Liturgia". Esta proposta foi a sugestão de "não avançar com novas transformações,” Mas simplesmente pôr a cruz no centro do altar, para que esta possa assistir ao mesmo tempo sacerdote e fiéis, para serem orientados, assim, para o Senhor, a Quem nós oramos juntos."


    O crucifixo no centro do altar nos mostra o esplendor do significado da sagrada litúrgica, que podem ser resumidas no nº 618 do Catecismo da Igreja Católica, uma parte que termina com uma citação agradável de Santa Rosa de Lima e Santa Catarina de Sena:


    A cruz é o único sacrifício de Cristo, "único mediador entre Deus e os homens" (1Tm 2,5). 

    Mas, pelo fato de que, na sua Pessoa Divina encarnada, "de certo modo uniu a si mesmo todo homem" (Concílio Ecumênico Vaticano II, Gaudium et Spes, 22), "oferece a todos os homens, de uma forma que Deus conhece, a possibilidade de serem associados ao Ministério Pascal. (ibid.). 

    Chama a seus discípulos a "tomar a cruz e a segui-lo" (Mt 16, 24), 
    Pois "sofreu por nós, deixou-nos um exemplo, a fim de que sigamos os seus passos" (1Pd 2, 21). 
    Quer associar a seu sacrifício redentor aqueles mesmos que são os primeiros beneficiários dele. (cf. Mc 10,39 João 21,18-19; Col 1:24). 

    Isto realiza-se de maneira suprema em sua Mãe, associada mais intimamente do que qualquer outro ao mistério do seu sofrimento redentor. (cf. Lc 2,35).


    "Fora da Cruz, não existe outra escada por onde subir ao céu". (Santa Rosa de Lima, cf. P. Hansen, Vita mirabilis, Louvain 1668).


    “Abraça, portanto, Jesus Crucificado elevando a ele o olhar do teu desejo! Toma em consideração o seu amor ardente por ti, que levou Jesus a derramar sangue de todas as partes do seu corpo! Abraça Jesus Crucificado, amante e amado e nele encontrarás a verdadeira vida, porque ele é Deus que se fez homem. 


    Que o teu coração e a tua alma ardam pelo fogo do amor do qual foi coberto Jesus cravado na cruz!” Das “Cartas” de Santa Catarina de Sena (1347-1380) (carta n.165 a Bartolomea, esposa de Salviato da Lucca)


    A Instrução Geral do Missal Romano determina (n.308):


    “Sobre o altar ou junto dele coloca-se também uma cruz, com a imagem de Cristo crucificado, que a assembleia possa ver bem. Convém que, mesmo fora das ações litúrgicas, permaneça junto do altar uma tal cruz, para recordar aos fiéis a paixão salvadora do Senhor.”
    Essa cruz alude ao Santo Sacrifício de Nosso Senhor, que se renova no altar.

    “A Linguagem da Cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é força Divina. (...)” (I Cor 1, 18)

    A Cruz, que para a antiguidade era um dos sinais mais repulsivos existentes, para nós se tornou Sinal de Salvação. Da mesma forque São Paulo e o Apóstolo São João expressam isso de forma maravilhosa dizendo que o momento do Sacrifício de Nosso Senhor como momento em que “o Filho do Homem é Glorificado” (Jo 13,31) No Calvário se esconde a Glória.

    “Liturgistas” utilizam justificativa como estratégia, por exemplo, para abolir que se coloque a imagem de Jesus Crucificado sobre ou próximo ao altar, e se utilize no lugar a imagem de Jesus Ressuscitado. Ora, isso é contrário não só ao autêntico espírito da Liturgia Católica, mas também as próprias normas litúrgicas, como foi exposto acima.

    Também, rechaçam que haja a figura de Jesus Crucificado na abside (=parede do fundo) das igrejas. Por exemplo, um conhecido artista sacro brasileiro, afirmou em uma entrevista que “representa Nosso Senhor vivo, porque quem preside a Missa é Jesus vivo e não morto”. Respeitosamente, discordo da aplicação desta ideia aqui.

    Explico: 

    É Nosso Senhor Vivo e Ressuscitado que está presente na Santa Missa, claro, mas a Missa renova o Santo Sacrifício de Nosso Senhor, que se dá em Sua Presença Real e Substancial nas aparências do pão e do vinho (Catecismo, n. 1362-1372; 1374-1377), 

    E por isso a tradição litúrgica do ocidente, legitimamente católica, sempre valorizou a figura de Jesus Crucificado na abside das igrejas. Esse rechaço a imagem do Crucificado é reforçado ainda por uma mentalidade protestante que nos rodeia, que abomina Jesus Crucificado, dizendo:

    "Jesus não está na Cruz, mas Jesus está Vivo!”


    “Olharão para Aquele que Transpassaram” (Jo 19, 37)

    Ora, evidente que nós católicos cremos que Nosso Senhor Ressuscitou e está Vivo! Mas só Ressuscita quem morre. Na Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, DEUS MORREU (Catecismo, n. 601)!


    É uma verdade teológica chocante, mas isto é cristianismo: NÃO é um "meio-termo" entre duas ideias em tensão, mas o mergulhar profundamente nas duas para encontrar a Verdade da Maravilha do Amor de Deus, da Sua Infinita Misericórdia, do seu Poder Redentor e mesmo do caráter redentor do sofrimento humano e do Céu maravilhoso que nos espera!


    Olhamos para a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo e não vemos a morte, mas a vida. Olhamos Crucificado para o Crucificado e não vemos algo repulsivo, mas o Amor, o Puro-Amor feito Carne, que se aniquilou até a última gota de Sangue para pagar pelos nossos pecados.


    Retomamos o que disse o saudoso Papa João Paulo II, na sua maravilhosa encíclica Ecclesia de Eucharistia (n.10):

    "Às vezes transparece uma compreensão muito redutiva do mistério eucarístico. Despojado do seu valor sacrifical, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesma. (...) Como não manifestar profunda mágoa por tudo isto? 

    A Eucaristia é um Dom demasiadamente grande para suportar ambiguidades e reduções."


    Na celebração em "Versus Deum" ("Voltado para Deus", com sacerdote e fiéis voltados para a mesma direção), que é a forma tradicional de celebrar e a forma como o Papa recomendou no seu livro "Introdução ao Espírito da Liturgia", o costume é colocar o crucifixo no centro, acima do altar, em cima do Sacrário ou na parede, fazendo com que seja ponto de referência. 

    Se a celebração for "Versus Populum" (com o sacerdote voltado para o povo), o Papa, no mesmo livro "Introdução ao Espírito da Liturgia", expõe dá a seguinte orientação a respeito da cruz:

    "Ela deveria se encontrar-se no meio do altar, sendo o ponto de vista comum para o sacerdote e para a comunidade orante."

    E completa, expondo o problema de se colocar a cruz na parte lateral do altar ou ao lado dele, ao invés de colocar no centro, nas Missas em Versus Populum:

    "Considero as inovações mais absurdas das últimas décadas aquelas que põe de lado a cruz, a fim de libertar a vista dos fiéis para o sacerdote, Será que a cruz incomoda a Eucaristia? 

    Será que o sacerdote é mais importante que o Senhor? 


    Este erro deveria ser corrigido o mais depressa possível, não sendo preciosas para isso nenhumas reconstruções. 

    O Senhor é o ponto de referência."


    Escreve também um artigo o sábio Padre Juvan Celestino da Silva, com o seguinte título: 

    O Cristo voador, o Cristo sem Cruz nas Igrejas, a nova moda. Falando sobre essa nova moda que muitas paróquias estão implantando nas Igrejas, de um Cristo sem Cruz.

    Ele diz o seguinte:

    Devemos de antemão nos lembrar que o Mistério de Cristo é inseparável do mistério da Cruz. Após Pedro responder que Jesus é o Messias (Mc 8,29); e para este título não se limitar a um triunfalismo imediato e próprio, Jesus acrescenta:

    “O Filho do homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos escribas, ser morto e depois de três dias ressuscitar” (Mc 8,320)



    Um mundo sem Cruz sem o sinal da Cruz Salvadora de Jesus cairá facilmente numa ideia distorcida do cristianismo. Tornar –se – á em um cristianismo hedonista, e o Cristo tornar-se-á em um Cristo do prazer, um Cristo fashion.


    Quanto a este perigo o Apóstolo Paulo dá uma dura nos cristãos da comunidade de gálatas:


    “Ó Gálatas insensatos, quem vos fascinou, a vós ante olhos foi desenhada a imagem de Jesus Cristo crucificado? … sois tão insensatos que, tendo começado pelo espírito, agora acabais na carne?” (Gl 3,1-3)


    Substituindo em nossas Igrejas a imagem do Crucificado por um Cristo triunfante, glorioso e sem a Cruz, corremos o risco de cairmos em uma heresia disfarçada que se nega a humanidade do Verbo Encarnado. 

    Uma Igreja sem Cruz é uma Igreja herética, uma Igreja “protestantizada”. Devemos reconhecer com pesar que vivemos uma verdadeira crise na teologia da Cruz.

    Para terminar faço a seguinte observação:

    No momento em que estão rejeitando e escondendo Jesus crucificado, o símbolo maior do Amor de Deus pela humanidade, estão deixando de pertencer a Igreja Católica para fundar uma nova seita com alguns atributos católicos.


    “Pois há muitos dos quais muitas vezes vos disse e agora repito, chorando, que são inimigos da Cruz de Cristo” (Fl 3,18)


    In Corde Iesu et Mariae semper,


    Por: Peterson  Cordeiro Leal 

    quinta-feira, 4 de setembro de 2014

    O Padre pode negar a comunhão de Joelhos?

    Vemos muitas situações das quais o fiel se ajoelha e o sacerdote olha com aquela cara:


    LÁ VEM O SANTO QUE COMUNGA DE JOELHOS!!!!

    Mais o que a Igreja diz sobre isto ???: 


    Segue Normas da Igreja:

    Comunhão na mão, boca, em pé, de joelho

    Redemptionis Sacramentum

    [91.] Na distribuição da sagrada Comunhão se deve recordar que «os ministros sagrados não podem negar os sacramentos a quem os pedem de modo oportuno, e estejam bem dispostos e que não lhes seja proibido o direito de receber». Por conseguinte, qualquer batizado católico, a quem o direito não o proíba, deve ser admitido à sagrada Comunhão. Assim pois, não é lícito negar a sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de querer receber a Eucaristiaajoelhado ou de pé.

    [92.] Todo fiel tem sempre direito a escolher se deseja receber a sagrada Comunhão na boca ou se, o que vai comungar, quer receber na mão o Sacramento. Nos lugares aonde Conferência de Bispos o haja permitido, com a confirmação da Sé apostólica, deve-se lhe administrar a sagrada hóstia. Sem dúvida, ponha-se especial cuidado em que o comungante consuma imediatamente a hóstia, na frente do ministro, e ninguém se desloque (retorne) tendo na mão as espécies  eucarísticas. Se existe perigo de profanação, não se distribua aos fiéis a Comunhão na mão.

    Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
    D. Estevão Bettencourt, osb
    Nº  493  -  Ano: 2003  -  p.  330

    Em síntese:  A concessão da Santa Sé para os fiéis receberem a Santíssima Comunhão na mão (e, por conseguinte, em pé) datada de 1975 deixava aos comungantes a liberdade para aceitarem ou não o novo rito.  Contudo alguns sacerdotes têm obrigado os fiéis a receber a Santíssima Comunhão na mão (e em pé).  Daí resultaram queixas levadas à Congregação para o Culto Divino, que reiterou o caráter facultativo da nova modalidade de comungar, mediante um documento de 2002, o qual vai, a seguir, transcrito.

    Em 1975 a Santa Sé concedeu ao clero do Brasil a faculdade de ministrar a S. Comunhão aos fiéis, postos em pé com a mão estendida, sendo que o novo rito não seria ser imposto aos fiéis; estes, se quisessem, poderiam continuar a comungar na boca e de joelhos.

    Verificou-se, porém, que em vários países os sacerdotes se puseram a negar a Eucaristia a quem estivesse de joelhos.  Isto provocou queixas levadas à Congregação para o Culto Divino, que respondeu com Carta, a seguir, transcrita.A fim de que fique bem CLARA ao leitor a problemática em foco, vai, primeiramente, publicado o texto da concessão de 1975.

    1.  A concessão de 1975

    Em 05/03/1975 Santa Sé concedeu aos Bispos do Brasil a faculdade de permitirem a Comunhão na mão em suas respectivas dioceses, desde que sejam observadas as seguintes normas:
    1. Cada Bispo deve decidir se autoriza ou não em sua Diocese a introdução do novo rito, e isso com a condição de que haja preparação adequada dos fiéis e se afaste todo perigo de irreverência.
    2. A nova maneira de comungar não deve ser imposta, mas cada fiel conserve o direito de receber à Comunhão na boca, sempre que preferir.
    3. Convém que o novo rito seja introduzido aos poucos, começado por pequenos grupos, e precedido por uma adequada catequese.  Esta visará a que não diminua a fé na presença eucarística, e que se evite qualquer perigo de profanação.
    4. A nova maneira de comungar não deve levar o fiel a menosprezar a Comunhão, mas a valorizar o sentido de sua dignidade de membro do Corpo Místico de Cristo.
    5.  A hóstia deverá ser colocada sobre a palma da mão do fiel, que a levará à boca antes de se movimentar para voltar ao lugar.  Ou então,embora por várias razões isto nos pareça menos aconselhável, o fiel apanhará a hóstia na patena ou no cibório, que lhe é apresentado pelo ministro que distribui a Comunhão, e que assinala seu ministério dizendo a cada um a fórmula: “O Corpo de Cristo”.  É, pois, reprovado o costume de deixar a patena ou o cibório sobre o altar, para que os fiéis retirem do mesmo a hóstia, sem apresentação por parte do ministro.  É também inconveniente que os fiéis tomem a hóstia com os dedos em pinça e, andando, a coloquem na boca.
    6. É mister tomar cuidado com os fragmentos, para que não se percam, e instruir o povo a seu respeito.  É preciso, também, recomendar aos fiéis que tenham as mãos limpas.
    7. Nunca é permitido colocar na mão do fiel a hóstia já molhada no cálice.
    Estas normas se acham na Carta datada de 15/03/75, pela qual a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil transmitia a cada Bispo as instruções da Santa Sé.  A mesma Carta ainda observava o seguinte:

    “Só mediante o respeito destas sábias condições poderemos aguardar os frutos que todos desejam desta medida. A experiência da distribuição da Comunhão na mão, em vários pontos do país, revelou pontos negativos, que deverão ser cuidadosamente eliminados.  Assim, alguns ministros deram na mão do fiel a hóstia já molhada no cálice, enquanto outros, PARA GANHAR tempo, colocaram na própria mão várias hóstias, fazendo-as escorregar rapidamente, uma a uma, nas mãos dos fiéis, como quem distribui balas às crianças”.

    Vê-se que a Santa Sé enfatiza o máximo cuidado para que não haja profanação da Santíssima Eucaristia nem ocorram irreverências.  Entre outras diretrizes, merecem especial atenção as seguintes: não se deve comungar andando, mas quem recebeu na mão a partícula sagrada, afasta-se para o lado (a fim de deixar a pessoa seguinte aproximar-se) e, parado, comungue.   Cada comungante trate de verificar se não ficou na palma na mão ou entre os dedos alguma parcela de pão consagrado (em caso positivo, deve consumi-la).É lícito comungar duas vezes no mesmo dia se, em ambos os casos, o fiel participa da S. Missa (cânon 917).

    A intervenção da Santa Sé em 2002 (reiterada em 2003) Expressão do mal-estar causado pela recusa da Eucaristia, é a seguinte carta dirigida por uma pessoa devota à Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos:

    “Desde muito sinto a necessidade interior de me ajoelhar no momento de receber a Sagrada Comunhão. Não o fiz até agora, ciente de que alguns sacerdotes e mesmo Bispos recusam ministrar o sacramento a quem esteja ajoelhado. Preferi evitar a possibilidade de um escândalo, embora soubesse que tinha o direito de me ajoelhar”.

    Muitas cartas semelhantes suscitaram a seguinte resposta da Congregação para o Culto Divino datado de 2002 e reiterada em fevereiro de 2003.

    Congregatio de Cultu Divino et Disciplina Sacramentorum

    Protocolo nº 1322/02/L
    Roma, 1º de julho de 2002.

    Excelência Reverendíssimos,

     Esta Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos recebeu recentemente, da parte de fiéis leigos da sua diocese, informação comunicando que se tem recusado a Sagrada Comunhão aos fiéis que, para recebê-la, se põem de joelhos em vez de permanecer em pé.  Os informantes dizem que tal procedimento pode estar mais difundido na diocese; todavia a esta Congregação não é possível averiguá-lo; este Dicastério tem certeza de que Vossa Excelência está em condições que lhe permitem promover uma investigação certeira sobre o assunto.  Como quer que seja, as queixas proporcionam a este Discastério ocasião de que o torne conhecido a qualquer sacerdote que precise ser informado.

    Esta Congregação está realmente preocupada com o grande número de queixas recebidas de várias partes nos últimos meses.  Ela considera que a recusa da Comunhão a um fiel que esteja ajoelhado, é grave violação de um dos direitos básicos dos fiéis cristãos, a saber: o de ser ajudado por seus Pastores por meio dos sacramentos (Código de Direito Canônico, cânon 213).

    Em vista da lei que estipula que ministros sagrados não podem recusar os sacramentos a quem os pede de modo conveniente, com boas disposições e sem empecilho da parte do Direito (cânon 843 § 1), não se deve recusar a Sagrada Comunhão a nenhum católico durante a Santa Missa, excetuados os casos que ponham em perigo de grave escândalo a comunidade dos fiéis; ocorrem quando se trata de pecador público ou de alguém obstinado na heresia ou no cisma publicamente professado e declarado.

    Mesmo naqueles países em que esta Congregação adotou a legislação local que reconhece o permanecer em pé como postura normal para receber a Sagrada Comunhão … ela o fez com a condição de que aos comungantes desejosos de se ajoelhar não seria recusada a Sagrada Eucaristia.

    Com efeito, como o Cardeal Joseph Ratzinger enfatizou recentemente, o costume de ajoelhar-se para receber a Sagrada Comunhão tem em seu favor uma tradição multissecular, e é sinal particularmente expressivo de adoração, que corresponde à verdadeira real e substancial presença de Jesus Cristo Nosso Senhor sob as espécies eucarísticas.

    Dada a importância deste assunto, esta Congregação pede que V. Ex. investigue se tal sacerdote recusa habitualmente a Sagrada Comunhão a algum fiel nas circunstâncias atrás descritas e, se tal é fato real, a Congregação pede também que V. Ex. lhe ordene firmemente que se abstenha de assim proceder no futuro; o mesmo seja feito em relação a qualquer outro sacerdote que haja praticado a mesma falha.

    Os sacerdotes devem entender que a Congregação considerará qualquer queixa desse tipo com muita seriedade, e, caso sejam procedentes, atuará no plano disciplinar de acordo com muita seriedade, e, caso sejam procedentes, atuará no plano disciplinar de acordo com a gravidade do abuso pastoral.

    Agradeço a V. Ex. a atenção dispensada a este assunto e conto com a sua amável colaboração.

    Sinceramente seu em Cristo

     Jorge A. 
    Cardeal

    Medina Estévez
    Prefeito

    Francisco Pio Tamburrino
    Secretário

    Como se pode depreender, a Congregação para o Culto Divino considera grave falta a recusa da Comunhão Eucarística a quem a queira receber de joelhos.

    O padre não pode impedir as pessoas de se ajoelharem na hora da Consagração; seria abuso dele; pois o Missal Romano manda ajoelhar nesta hora (Ed. Paulus, 6ª Edição, pág. 36; n. 21), diz:

     “Ajoelhem-se durante a Consagração, a não ser que a falta de espaço ou o grande número de presentes ou outras causas razoáveis não o permitam.”

     A Instrução Geral do Missal Romano, diz:

     43. Os fiéis estão de pé: desde o início do cântico de entrada, ou enquanto o sacerdote se encaminha para o altar, até à oração coleta, inclusive; durante o cântico do Aleluia que precede o Evangelho; durante a proclamação do Evangelho; durante a profissão de fé e a oração universal; e desde o invitatório “Orai, irmãos”, antes da oração sobre as oblatas, até ao fim da Missa, exceto nos momentos adiante indicados.

    Estão sentados: durante as leituras que precedem o Evangelho e durante o salmo responsorial; durante a homilia e durante a preparação dos dons ao ofertório; e, se for oportuno, durante o silêncio sagrado depois da Comunhão.

    Estão de joelhos durante a consagração, exceto se razões de saúde, a estreiteza do lugar, o grande número dos presentes ou outros motivos razoáveis a isso obstarem. Aqueles, porém, que não estão de joelhos durante a consagração, fazem uma inclinação profunda enquanto o sacerdote genuflecte após a consagração.

    Catecismo da Igreja:
    §1378 – O culto da Eucaristia. Na liturgia da missa, exprimimos nossa fé na presença real de Cristo sob as espécies do pão e do vinho, entre outras coisas, dobrando os joelhos, ou inclinando-nos profundamente em sinal de adoração do Senhor. “A Igreja católica professou e professa este culto de adoração que é devido ao sacramento da Eucaristia não somente durante a Missa, mas também fora da celebração dela, conservando com o máximo cuidado as hóstias consagradas, expondo-as aos fiéis para que as venerem com solenidade, levando-as em procissão.” (Mysterium Fidei, 56).


    Bento XVI na Sacramentum Caritatis

    A reverência à Eucaristia

    65. Um sinal convincente da eficácia que a catequese eucarística tem sobre os fiéis é seguramente o crescimento neles do sentido do mistério de Deus presente entre nós; podemos verificá-lo através de específicas manifestações de reverência à Eucaristia, nas quais o percurso mistagógico deve introduzir os fiéis.(190) Penso, em geral, na importância dos gestos e posições, como, por exemplo, ajoelhar-se durante os momentos salientes da Oração Eucarística. Embora adaptando-se à legítima variedade de sinais que tem lugar no contexto das diferentes culturas, cada um viva e exprima a consciência de encontrar-se, em cada celebração, diante da majestade infinita de Deus, que chega até nós humildemente nos sinais sacramentais.

    Oração eucarística- Prefácio da Paixão II (a vitória da paixão):

    “…Enquanto a multidão dos santos se alegre eternamente na vossa presença em humilde adoração, nós nos associamos a seus louvores,cantando a uma só voz.”